Escolas de Sexo

Escolas de Sexo

Sexo? A correria nossa de cada dia nem sempre deixa tempo para pensarmos no assunto. É chegar em casa, transar em cinco minutos, virar para o lado e dormir. A coisa começa a ficar mecânica e pior: monótona. Dá vontade de não fazer…

Para as chamadas escolas orientais de sexo – filosofias árabe, chinesa e indiana -, o ato sexual é um momento de harmonia e bem-estar. Bem além do que ensinar técnicas, os "manuais sexuais" do Oriente mostram a arte de fazer amor e conduzem a uma relação mais profunda e intensa com o parceiro. Sexo por sexo? Esqueça! Prepare-se para conhecer o verdadeiro prazer.

O Legado

Além de palácios ricos em esculturas eróticas, os orientais deixaram textos como o Kama Sutra, o Ananga Ranga, o Tao e O Jardim Perfumado – grandes manuais sexuais. "A filosofia Oriental vai além do sexo, buscando a essência do casal e do indivíduo. Homem e mulher passam a trilhar um mesmo caminho de enriquecimento – do corpo e da alma – numa experiência física e espiritual magnífica", explica a pompoarista e shiatsu terapeuta Regina Racco, autora do livro "Poder sexual e qualidade de vida" (editado pela Pompoarte.com.br).

O sexo é apenas a primeira manifestação da energia, o primeiro degrau da escada e, se você quer crescer, evoluir, se transformar, você não pode negar a base ou lutar contra ela

Apenas a técnica não vale. Esse é um dos primeiros mandamentos das filosofias orientais. "Apesar de nós, ocidentais, termos crescido muito em termos de proteção durante o sexo, como a conscientização da necessidade do uso da camisinha, regredimos bastante no ato de fazer amor", alerta a professora especialista em artes eróticas orientais, Celine Imaguire, autora do livro Pompoarismo, o caminho do prazer (Editora Éden). Segundo ela, homens e mulheres deixaram de explorar os cinco sentidos, as sensações. "Fazemos tudo com pressa", critica Celine. "O tempo médio do brasileiro é de cinco a 10 minutos de penetração – e geralmente só o homem chega ao orgasmo", afirma.

Ela conta que entre 40% e 50% de suas alunas não sentem prazer e que, entre as que sentem, 80% a 90% têm somente orgasmo clitoriano. "Isso acontece porque elas não conhecem os caminhos do corpo. As mulheres do Oriente são mais orgásticas justamente porque experimentam as filosofias orientais do sexo, aplicando-as para prolongar o prazer", explica Celine. A professora ressalta: "São filosofias – e não religião. É bom desmistificar, porque não são a mesma coisa". De acordo com ela, toda mulher merece e pode ter esse tipo de conhecimento, porque sexo, afinal, é prazer, saúde e vida. Preparada?

As filosofias do êxtase

Kama Sutra: De origem hindu, Kama é uma divindade masculina e Sutra significa, no antigo sânscrito, conjunto de ensinamentos. O Kama Sutra é então, literalmente, um manual indiano do sexo, com 64 posições sexuais descritas através de textos e imagens. Celine Imaguire conta que o livro é resultado de uma compilação feita pelo nobre Vatsyayana, no século IV, que misturou várias técnicas sexuais dos manuais orientais, centralizando-as num só guia – o Kama Sutra – que Celine gosta de chamar de "manual da etiqueta sexual".

A especialista em artes eróticas orientais explica que, à primeira vista, parece ser impossível praticar as posições ensinadas no livro, pois parecem verdadeiras acrobacias. Mas, segundo ela, o texto diz mais do que a imagem. "Naquela época, não havia a noção de perspectiva no desenho e, por isso, as ilustrações parecem confusas, porque muitas vezes não correspondem ao que o próprio texto diz", explica Celina, cuja dica é ir desmembrando as informações do texto, e não das imagens.

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Uma das técnicas mais "quentes" e milenares dos manuais orientais, que pode ser aplicada em todas as posições do Kama Sutra, é a da ginástica íntima – pompoarismo, recomendada para todas as idades. Aprende-se a contrair os músculos intravaginais (no caso dos homens, os músculos penianos), ganhando o controle total da força muscular na região. Com isso, a mulher fortalece o canal vaginal e auxilia no seu próprio prazer e no do parceiro durante a relação sexual.

"O canal vaginal é muito sensível a estímulos. Se a resposta está fraca, tem muito a ver com a mulher estar deixando essa região de lado, em inércia provocada pelo esquecimento", explica a pompoarista Regina Racco. "Com o treinamento dos músculos, eles começam a se fortalecer. Aí, pode multiplicar por mil a capacidade erógena e de percepção dos estímulos sexuais", afirma Racco.

Além da geografia do corpo, o Kama Sutra dá ênfase ao amor e à liberação dos cinco sentidos – audição, paladar, olfato, tato e visão – além da mente. Portanto, o livro funciona como um guia para aprimorar a sensualidade e o erotismo do casal e do ambiente. Óleos, brinquedos, perfumes, música e demais estímulos sexuais e sensuais estão liberadíssimos para ajudar os pombinhos a chegarem ao clímax de forma nada rotineira.

Ananga Ranga: Na mesma linha do Kama Sutra, o Ananga Ranga, manual indiano escrito por Kalyana Malla por volta de 1172 d.C., descreve as zonas erógenas tanto dos homens quanto das mulheres e traz uma compilação de posições sexuais, muitas das quais já ensinadas no Kama Sutra. A diferença é que o Ananga Ranga foi escrito especificamente para casais, visando evitar o "divórcio" do marido e da mulher. Segundo o autor da obra, a maior razão para a separação de um casal e causa que leva ambos aos braços de amantes é a monotonia que surge nas relações sexuais. É justamente isso que o Ananga Ranga procura evitar a todo custo, prometendo aquecer os parceiros na cama.

Sexo tântrico: Originado na Índia há cinco mil anos, o Tantra, que significa "o que conduz ao conhecimento", é, segundo a especialista em artes eróticas orientais Celine Imaguire, um estudo do êxtase e de como atingir o melhor orgasmo. "Uma das funções do sexo tântrico é adiar ao máximo o orgasmo e, no caso do homem, a ejaculação", explica a pompoarista Regina Racco. Mas você não sai perdendo! Tudo é em nome do prazer prolongado. Segurando o orgasmo, toda a energia retida, quando liberada, será como uma explosão orgástica de proporções nucleares. Ui!

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No entanto, Tantra não é só isso – intensificar e prolongar orgasmos por horas e horas. É, também, a arte de se conhecer com a ajuda do parceiro. "É um caminho de autoconhecimento que leva ao crescimento do indivíduo e do casal", garante Regina.

De acordo com Prem Abodha, discípulo de Osho (líder espiritual indiano) e coordenador do Centro de Meditação de Osho no Rio de Janeiro, o Tantra é mais uma ciência do interior do que uma filosofia. Ele explica que a compreensão tântrica exclui a dualidade, isto é, não há dicotomia bem x mal, matéria x espírito, profano x sagrado etc. "Para o Tantra, tudo é sagrado e faz parte de uma unidade. A matéria é a manifestação mais densa do espírito, mas não existe em oposição a ele. O sexo é apenas a primeira manifestação da energia, o primeiro degrau da escada e, se você quer crescer, evoluir, se transformar, você não pode negar a base ou lutar contra ela", esclarece Prem Abodah.

O Tantra sexual envolve também meditação e técnicas respiratórias. Tudo num ritmo muito zen, mas que promete levar às alturas

Em tese, o sexo tântrico deve durar pelo menos duas horas e é dividido em sete etapas: preparação do ambiente para promover a circulação de energia, com incensos, flores, frutas e música; exploração dos sentidos, com vendas nos olhos, aromas, licores e toques; estímulo da energia sexual (kundalini), buscando a transcendência espiritual; distribuição da energia pelo corpo inteiro através de toques e, por último, controle do orgasmo – para prolongar o ato sexual, muitas carícias, beijos, sexo oral, pompoarismo e até mesmo danças.

O Tantra sexual envolve, ainda, meditação e técnicas respiratórias. Tudo num ritmo muito zen, mas que promete levar às alturas. "Não deve haver nenhuma meta, nenhuma pressa. O sexo não deve ser tomado como um meio, mas como um fim em si mesmo. Normalmente é um ato apressado, você está usando o outro; o outro está usando você – um explorando o outro e não um se dissolvendo no outro", ressalta Prem Abodha, discípulo de Osho.

De acordo com ele, a profundidade da sua experiência sexual decidirá a profundidade de todas as suas experiências. "Se a pessoa não puder penetrar profundamente na experiência sexual – com total consciência, sem julgamento e sem medo – ela não poderá penetrar mais fundo em qualquer outra coisa, porque o sexo é a experiência mais fundamental", explica o Prem Abodha.

O Jardim das Delícias: Publicado no Brasil como O Jardim Perfumado, este é um dos clássicos eróticos do mundo árabe. Escrito no século XVI pelo xeque Umar ibn Muhammad al-Nefzawi, o livro conta a história de um homem que ficou com o pênis ereto durante 30 dias sem parar – haja disposição!

A obra destaca os métodos para excitar as mulheres, para retardar a penetração e mostra formas de o homem controlar a ejaculação para a mulher chegar ao orgasmo junto com o parceiro, além de ensinar posições para lá de excitantes. Tem mais: o livro fala sobre traição, impotência e sabe aquela história de pênis ou vagina grandes, incompatíveis com pênis ou vagina pequenos? Já era! A obra ensina como casais com características físicas diferentes podem, sim, fazer amor com o máximo de prazer.

Beija, beija muito! Cafeína está para sono assim como beijo está para sexo: boca na boca ou onde você quiser é o mais forte estimulante na hora H

Vítima confessa – e por pura e espontânea vontade – do poder feminino, o xeque Nefzawi escreve, em O Jardim Perfumado do Xeque Nefzaui (Editora Record), que se a mulher não for excitada com carícias preliminares, beijos, pequenas mordidas e toques, os homens não obterão delas o que desejam e não sentirão prazer, nem despertarão nelas afeto ou amor. Acertou em cheio, não é mesmo? Então, dá uma olha nas outras dicas.

Beija, beija muito! Cafeína está para sono assim como beijo está para sexo: boca na boca ou onde você quiser é o mais forte estimulante na hora H. O beijo deve fazer parte do sexo. Quer a técnica? Segundo o xeque descreve no livro, lábios úmidos e sucção da língua – não há nada melhor! E a iniciativa deve ser dos homens. Primeiro, mordiscando suave e ligeiramente a língua da amada. Depois, indo com mais sede ao pote, a la Verônica Volúpia. E não tenha vergonha dos "estalos". Para o xeque Nefzaui, beijo tem que ser sonoro. Outro suprassumo do sexo, de acordo com ele, é dar apelidos incomuns e criativos às partes íntimas dos homens e das mulheres – além de excitante, é divertido e aumenta a intimidade do casal.

Tao do sexo: Base da filosofia chinesa, o Tao orienta os casais da mesma forma que a filosofia hindu: sexo não deve ser uma atividade rápida e feita de qualquer jeito. Pelo contrário, deve-se dedicar a ele tempo para melhor conhecê-lo, aprimorando a performance e atingindo o auge da satisfação. Mas sexo não é somente satisfação – segundo a filosofia, é saúde física e mental, é beleza e longevidade.

Para o Tao, a harmonia entre o yin e o yang também existe no ato sexual, de forma que essa filosofia convida os amantes a desfrutarem um do outro na maior calma, sem pressa. São várias as posições e práticas sexuais a fim de estimular o fluxo de energia vital entre o homem e a mulher. O objetivo é cultivar ao máximo o prazer, tanto na qualidade quanto na quantidade. Não bastam, portanto, carícias sem a exploração dos sentidos: tato, audição, visão… Saboreie e se deixe saborear de todas as formas. O sexo será bem feito se ambos se sentirem plenamente realizados e satisfeitos após o ato sexual.

Invista na preparação do ambiente: música, lençóis, lingerie, iluminação, velas, aromas, massagens, óleos – tudo deve ser arranjado para proporcionar um clima de relaxamento e de pura sedução. Se quiser incrementar ainda mais – aqui, excesso não é pecado! – espalhe pelo quarto recipientes com comidas afrodisíacas que auxiliem o despertar do apetite sexual. Preparado o ninho de amor, aí é só dar aquela longa e deliciosa brincada e, em seguida, atacar!

Os chineses também sugerem que os casais levem para a cama literatura erótica, por serem superestimulantes. Os pombinhos devem folhear as páginas juntos, atentando para cada detalhe e ilustração. Mantenham a respiração pelo nariz, lenta e suavemente, relaxando e esquecendo do mundo ao redor – agora, é só você e ele!

Pronto, dadas as dicas, é só eleger, junto com o parceiro, o "manual do casal", e escolher com o bonitão as melhores técnicas que satisfaçam os dois. Depois, preparem-se para viver o sexo intensamente. Com calma, aos poucos, tentem novas técnicas, experimentem e agucem os sentidos na busca pelo prazer. Afinal, não há nada que não possa fica ainda melhor!

 

Fonte: http://msn.bolsademulher.com/sexo/materia/escolas_de_sexo/10451/1

 

 

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